IBGE: Mais de 580 mil trabalhadores no RN estão na informalidade
Entenda como o desemprego é calculado no Brasil
Mais de 585 mil pessoas estão trabalhando em situação informal no Rio Grande do Norte. Foi o que apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados são referentes ao terceiro trimestre de 2025, entre julho e setembro.
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De acordo com a pesquisa, houve um aumento de 2,5% em relação ao mês anterior, quando 561 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade estavam ocupada em situação de informalidade.
Segundo o IBGE, ao todo, a taxa de informalidade no estado foi de 42% - acima dos 39,5% do trimestre anterior.
🔎 A informalidade é uma condição do trabalho e inclui todos que atuam sem proteção legal, como empregados sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria sem CNPJ, empregadores informais e familiares que ajudam sem remuneração.
Segundo a pesquisa, desse total de trabalhadores na informalidade:
204 mil estavam no setor privado sem carteira assinada
55 mil eram trabalhadores domésticos sem carteira assinada
314 mil eram trabalhadores autônomos sem CNPJ
7 mil empregadores sem CNPJ
Trabalhadores informais não tem alguns benefícios que trabalhadores de carteira assinada possuem, como 13º salário, FGTS, férias, auxílio doença e aposentadoria, por exemplo.
"Ele fica desprotegido. Pode ocorrer algum acidente com ele e ele ficar sem dinheiro, se ele for um autônomo, um profissional liberal, ele não vai estar contribuindo mais pra frente pra ele se aposentar, e se ele não tiver esse tempo de contribuição o INSS não vai garantir essa aposentadoria, e até mesmo em caso de falecimento, como fica a família desse trabalhador, se ele não tiver a condição de segurado", explicou o advogado trabalhista Rodrigo Menezes.
Comércio na Cidade Alta, em Natal
Julianne Barreto/Inter TV Cabugi
Taxa de desocupação mantém estabilidade
A taxa de desocupação no Rio Grande do Norte permaneceu em 7,5% no trimestre - a mesma taxa estimada para o trimestre anterior (entre abril e junho), quando o indicador alcançou o menor valor da série histórica iniciada em 2012. Já comparado ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 1,4%.
O levantamento mostra ainda que o nível de ocupação ficou em 48,6% no terceiro trimestre, uma diferença de -0,7% em relação ao período anterior.
A taxa de participação na força de trabalho também apresentou uma diferença negativa, de -0,8%, chegando a 52,5% no trimestre.
O chefe da Seção de Disseminação de Informações do IBGE/RN, Damião Ernane de Souza, explicou que quando há menos pessoas trabalhando e menos pessoas procurando emprego, a taxa de desocupação pode ficar estável enquanto o nível de ocupação e a taxa de participação caem.
“Isso acontece porque, segundo a metodologia da Pnad Contínua, só é considerado desocupado quem está em busca de trabalho. Quando uma pessoa desiste de procurar emprego, seja por desânimo ou por outros motivos, ela fica fora da força de trabalho. Assim, o total de pessoas ativas na economia (na força de trabalho) diminui, reduzindo a taxa de participação e o nível de ocupação, mas não altera a taxa de desocupação, que considera apenas aqueles efetivamente em busca de emprego”.
No total, havia 1,395 milhão de pessoas ocupadas e 113 mil pessoas desocupadas no RN no trimestre terminado em setembro - no anterior eram 1,423 milhão de pessoas ocupadas e 115 mil desocupadas.
Por outro lado, havia 1,365 milhão de pessoas fora da força de trabalho no estado no último trimestre.
O Instituto calcula, também, que o rendimento médio mensal real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas no RN foi de R$ 2.817 no terceiro trimestre, uma variação de -2,8% ante o rendimento do trimestre terminado em junho (R$ 2.897).
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